Presentes para a alma
Quando datas especiais se aproximam, seja o
aniversário de um amigo, uma festa familiar ou, ainda, um dia especial na vida
a dois, é natural que desejemos celebrar.
De
imediato, nos ocorre o pensamento de como presentear, de como marcar
significativamente a data, torná-la um evento, indagando-nos o que iremos
ofertar, o que comprar.
Essa
preocupação se aprofunda nos relacionamentos longos, quando a contagem dos anos
não cabe mais nos dedos das mãos, pois, a cada ano fica mais difícil escolher o
que presentearmos.
Lembramos
que já compramos isso, aquilo, eliminando as possibilidades das roupas, dos
enfeites para o lar, dos objetos pessoais. E tudo se transforma num quebra-cabeça
complicado.
Presentear
quem queremos bem, buscar algo que a pessoa efetivamente vá gostar, é muito
natural e saudável.
Porém,
será que esses presentes comprados são os únicos que podemos oferecer?
De
outra forma, será que os únicos presentes a ofertar aos nossos afetos são
aqueles que podem ser vistos, apalpados?
É
natural que busquemos materializar o quanto queremos bem alguém, que desejemos
dar um simbolismo concreto àquilo que sentimos.
Porém,
em algum momento, nos preocupamos em dar de presente coisas que cabem na alma?
Será
que há a possibilidade de oferecer algo que não se guarde no armário ou na
estante, mas que caiba na intimidade do coração?
Algo
que a pessoa possa levar consigo, onde quer que vá, sem precisar, inclusive,
pagar excesso de bagagem, ou se incomodar em que ninguém roube ou estrague.
Tantas
vezes nos preocupamos em abarrotar as pessoas com coisas e, tão pouco nos
preocupamos em preenchê-las com nosso sentimento.
Por
vezes, o melhor presente que podemos oferecer é a solidariedade.
Afinal,
estar presente nas festividades é fácil e prazeroso.
Entretanto,
será nas horas difíceis e doloridas que poderemos oferecer os presentes mais
valiosos e raros que possuímos, como o ombro amigo, a palavra de consolo, ou um
olhar de compreensão.
Se
na saúde e vigor físico podemos nos divertir e brindar aos prazeres e alegrias
da vida, será nos momentos de doença e limitação física que incomparáveis
presentes poderão ser ofertados.
Nessas
horas, terão peso de ouro presentes como a companhia fraterna, o diálogo
consolador, as palavras de bom ânimo e coragem que possamos proferir.
Assim,
se gostamos de brindar aos nossos amigos e amores com mimos e regalos,
estejamos atentos para não esquecer que, em algum momento, eles também
precisarão de outros presentes.
Daqueles
invisíveis aos olhos, mas que deixam marcas indeléveis no coração.
Presentes
que nascem da fraternidade, da abnegação e da solidariedade. Presentes do
verdadeiro amor.
Um
presente comprado em loja pode materializar, de certa forma, o quanto queremos
bem a alguém. Dirá que somos atentos ao que a pessoa aprecia, gosta, o que a
felicita.
Mas,
esses outros presentes, os que se dirigem diretamente à alma e são invisíveis
aos olhos, esses serão sempre a devida medida do quanto conseguimos amar
verdadeiramente, de maneira plena e profunda.
Pensemos
nisso, enquanto aguardamos a próxima data festiva.
Redação
do Momento Espírita.
Em 17.4.2014.
Em 17.4.2014.
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